Jerónimo de Sousa participou, nos dias 23, num comício na Figueira da Foz, inserido na acção nacional do Partido «A Força do Povo por um Portugal com Futuro – uma Política Patriótica e de Esquerda».
«Há hoje no País forças bastantes para romper com o ciclo de governos da política de direita, para dar corpo a uma solução política ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País.» A convicção é de Jerónimo de Sousa, que a partilhou com as centenas de pessoas que, no dia 23, encheram por completo o auditório do Sítio das Artes, na Figueira da Foz, para o comício do PCP. O Secretário-geral do Partido acrescentou que, tal como os comunistas, há centenas de milhares de democratas e patriotas que «sabem que é possível outro caminho e aspiram a ver concretizada uma política patriótica e de esquerda no País».
O dirigente comunista reafirmou ainda a ideia de que há alternativa que ponha fim ao empobrecimento e ao afundamento do País. Uma alternativa assente nos valores de Abril e no projecto de progresso e justiça social que a Constituição da República Portuguesa consagra, que cabe aos trabalhadores e ao povo, com a sua luta, construir. Jerónimo de Sousa saudou em seguida a luta dos trabalhadores da Soporcel em defesa de direitos adquiridos, nomeadamente a «grandiosa greve pela defesa do fundo de pensões da empresa», que constituiu um importante passo para a «união dos trabalhadores e uma importante demonstração da sua força». No final do comício, um grupo de trabalhadores desta empresa encontraram-se com o dirigente do Partido, dando-lhe nota dos problemas com que se debatem na unidade da Figueira da Foz.
O Secretário-geral do Partido chamou ainda a atenção para as próximas jornadas de luta marcadas pelo movimento sindical unitário: a manifestação nacional da Administração Pública de amanhã, em Lisboa; o Dia Nacional de Indignação, Acção e Luta, de 13 de Novembro; e a Marcha Nacional pela derrota do Governo e a ruptura com a política de direita, entre 21 e 25 de Novembro. Aos comunistas exige-se que não sejam apenas participantes, mas que cumpram o seu papel na organização e mobilização dos trabalhadores.
Valorizar a produção nacional
Nas intervenções proferidas no comício (tanto a do Secretário-geral como as de Adelaide Gonçalves, da Direcção da Organização Regional de Coimbra, e de Ana Jorge, da JCP), estiveram patentes as consequências da política de direita no concelho, bem como as principais lutas travadas pelos trabalhadores e as populações. A defesa dos Estaleiros Navais do Mondego, baluarte importantíssimo do desenvolvimento do concelho ao longo de tantos anos e depois, de modo propositado, lançado ao abandono, é uma questão que tem mobilizado o PCP, que tem proposto um vasto conjunto de medidas visando a sua valorização, desde o desassoreamento – essencial para permitir a entrada de navios no estaleiro – à defesa dos postos de trabalho desta que é uma empresa histórica e com trabalhadores altamente qualificados.
Outra questão com grande importância no concelho que mereceu referências no comício do PCP foi a exigência da conclusão da obra hidroagrícola do Mondego, que há mais de 30 anos os orizicultores vêm exigindo. Uma vez concluído, este projecto permitiria a implementação do emparcelamento, a realização de obras de rega e drenagem nos vales dos rios Arunca, Ega e Pranto e ainda o alargamento das obras aos vales secundários de diversos rios e ribeiras, para estabilização dos terrenos. Os agricultores do Baixo Mondego e a produção nacional seriam os principais beneficiados com esta obra, que sucessivos governos têm vindo a adiar.
A defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, a valorização dos salários e direitos dos trabalhadores da Administração Pública e do sector privado, a melhoria das condições de trabalho e segurança no sector das pescas são outras das muitas causas pelas quais os comunistas se têm batido no concelho da Figueira da Foz.